segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Um Dia

O taxi para, ela respira fundo e desce.Esta tomada por ansiedade e medo, sente calafrios, arrepios, taque cardia, sua cabeça pensa mil coisas por segundo...
Ele está do outro lado da rua, em frente ao local combinado.
Sorri pra ele, que retribui o sorriso.
Aproxima-se devagar, pra não demonstrar sua ansiedade, que é muita.
Para frente a ele, não sabe exatamente o que fazer, não sabe exatamente o que pode fazer.
Somos tão intimos, um faz parte do outro, sua alma a ela pertence, e mesmo assim, são completos estranhos.
Meio que sem jeito, abraçam-se, sente enfim, o calor que tanto almejou, sente o cheiro, a respiração tão próxima, a barba roçando em seu rosto...
Nesse instante qualquer sensação de estranheza, medo ou ansiedade se vão, permanecendo apenas a vontade enlouquecedora de unir seus lábios aos dele.
Por um instante desliga seu lado racional e deixa que somente suas emoções falem por si.
Beija os lábios dele, bem devagar, sentindo a sua maciez, enquanto as mãos dele a trazem para junto de seu corpo...
O beijo aumenta de intensidade, fica mais urgente, a necessidade que tem um do outro começa a ficar mais explicita, porém estão meio à uma das ruas mais movimentadas da cidade, e mesmo que as pessoas nem estejam prestando atenção,preferem ir com mais calma!
Ela estende-lhe a mão, caminham em silencio até o café.
Sentam-se, e ela o olha encantada, como uma criança que acabou de abrir o presente de natal. Queria vê-lo falar, ouvir o som da sua voz,  olhar dentro dos seus olhos, ver um sorriso brotar no seu rosto, queria vê-lo rir, gargalhar.
Necessitava prestar atenção ao máximo de detalhes, pra guardá-los em sua memória, como uma espécie de album de fotografias, ou um filme.

Como prometido, ele deu-lhe um dia de sua vida e ela precisava aproveitar, fazer valer a pena.
Tinha apenas um dia, para viver uma vida inteira!

Saem do café, muito mais intimos do que quando chegaram, agora permitem-se tocar um ao outro, trocar carícias e até mesmo beijos, vão em direção ao carro dele. Ainda não consegue acreditar que está ali tão perto, que finalmente ele está ao alcance de suas mão, e não apenas ao alcance de seus pensamentos.
Vão para o hotel, onde  passarão o dia.Tem o corpo em chamas, finalmente vão saciar o desejo que os consumia há tanto tempo.

No saguão confirmaram a reserva e receberam as chaves, um jovem os guiou até a porta do quarto, comportaram se bem até terem certeza de que estavam a sós.
Uma vez que a porta está trancada, é o instinto que manda!
Seus corpos pareciam magneticos, se atraiam de forma que nada nesse momento pode separá-los...
Amaram-se enlouquecidamente, realizamos suas fantasias, abusaram do momento juntos... Nada parece ser suficiente pra saciar o desejo que os consumia!

Até que exaustos, seus corpos ainda entrelaçados, extasiados de prazer, ela acaricia seu rosto, e beija-o docemente, olho-o no olhos e finalmente diz as palavras que estão engasgadas há tanto tempo!

- Eu te amo!

Ele a abraça carinhosamente, e ficam assim por um tempo!
Mas o dia chega ao seu fim...
E antes que sua carruagem vire a abóbora, ela despede-se de seu sonho!
Abraça- o forte, com vontade de não largar mais...
Ele a leva até o lado de fora do hotel, onde o taxi a espera!
Um ultimo beijo...
Um ultimo olhar...
Vão soltando devagar as suas mãos...
Uma lagrima rola pelo rosto dela...
Antes de entrar no taxi, diz mais uma vez que o ama!
O taxi segue, ela vira-se e vê que ele ainda está lá, olhando-a!
Ela acena, vira-se e afunda no banco, pode ver o olhar curioso da taxista pelo espelho retrovisor, mas isso nem lhe importa.
Fecha os olhos e e revive assim cada momento do dia, sorri satisfeita.

- Sim, valeu a pena!